O excesso de peso está associado ao maior risco de desenvolvimento de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs), tais como Diabetes Mellitus (DM), doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e câncer. Essas patologias apresentam de uma forma geral, longo período de latência, tempo de evolução prolongado e progressivo, lesões irreversíveis e complicações que acarretam graus variáveis de incapacidade e óbito. Essas alterações patológicas ocorrem devido ao excesso de tecido adiposo, que sintetiza proteínas ligadas ao sistema imunológico, fazendo com que os adipócitos produzam e liberem proteínas pró-inflamatórias, como o Fator de Necrose Tumoral-alfa (TNF-?) e a Interleucina - 6 (IL-6). A interação entre o TNF-? e a IL-6, sob o excesso de gordura corporal, provoca uma alteração na produção e/ou na ação da insulina no organismo, levando ao aumento da glicose, representando um grande fator de risco para o desenvolvimento do DM. Desse modo, a inflamação crônica e à hiperinsulinemia, desencadeados pela obesidade e DM, são fatores de risco para o desenvolvimento de malignidades, e ambos estão associados a um aumento da incidência e mortalidade de diversos tipos de câncer. Para tanto, buscou-se conhecer o perfil clínico e epidemiológico de pacientes com câncer, Diabetes Mellitus e obesidade. Trata-se de um estudo documental, observacional e analítico transversal, do tipo caso-controle, realizado na Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), no município de Mossoró/RN. A população do estudo foi composta por prontuários de pacientes diagnosticados com neoplasias malignas atendidos na LMECC, e a amostra final foi de 219 prontuários, sendo 106 do grupo caso e 113 do grupo controle, conforme os critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – CEP/UERN, conforme parecer nº 3.483.438. Diante dos resultados, observou-se que o sexo feminino teve uma maior predominância com frequência de 116 (53,0%) em relação ao masculino, apresentando 103 (47,0%). Já em relação a situação conjugal, a maior incidência foi para pacientes casados com 128 (60,1%). Segundo a constatação sobre o grau de instrução, pode-se observar o predomínio para o não informado 84 (38,3%) mostrando lacunas para a realização da coleta. Em relação ao perfil clínico dos pacientes, pode-se perceber que os tumores mais incidentes foram, respectivamente, o de mama apresentando frequência de 45 (20,5%), seguido dos tumores do aparelho digestivo 32 (14,6%) e próstata 22 (10,0%). Observou-se também, o predomínio do estadiamento avançado (IV) com frequência de 73 (33,3%), seguido pelo estadiamento (III) 62 (28,3%). No que concerne os tipos de tratamento utilizados, nota-se a quimioterapia como a mais prevalente, apresentando 112 (51,1%). Dessa forma, conseguiu-se alcançar o objetivo proposto, e a partir disso, nota-se a necessidade da iniciativa de estudos que analisem a obesidade e o DM na população oncológica, de forma que consiga impactar positivamente a assistência prestada, como também ressaltar a importância de se discutir melhor sobre os elementos e fenômenos relacionados, além de se obter um fator de risco biológico a ser prevenido na população saudável.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas